Quero andar de novo pelas minhas ruas
Ouvir os pássaros que às vezes não há
Contemplar o horizonte infinito
Por entre as luzes do entardecer
Caminhar sondando os prédios
Que alargam o olhar noturno
Quero beber da água da cidade
Nutrir a alma das buzinas que festejam
A oportunidade de estar viva
Agigantando o coração
E vencendo o gigante desafio.
Quero dobrar esquinas familiares
E descobrir mistérios insondados
Pelos olhos estrangeiros,
Rever a beleza ancestral
Sobrevivente no tempo futuro.
Quero escutar o sussuro da alma
De cura, perdição e busca
Que só os poetas e loucos escutam
Nas esquinas de concreto.
Quero amar olhares conhecidos,
Reconhecer palavras e sotaques,
Andar para casa e olhar pela janela
As luzes das salas de jantar.
Estou louca pra voltar.
(29.11.2008)
sábado, 29 de novembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
A Onda
A onda abraça, com seu corpo de espumas, as areias da praia. Molha de vida o solo, alegra os bichos que vivem sob a terra. O sol se reflete nela, formando pequenos diamantes. O mundo se alegra quando a onda banha as areias.
Depois a onda recua, com suavidade inexorável. Vai embora, sem que nada a possa deter. Segue seu curso, levando águas e vida de volta com ela. Mas deixa suas marcas inconfundíveis na areia - que fica brilhando, refletindo o céu, feliz por ter sido beijada pelas espumas do mar.
Logo mais, outra onda surgirá, trazendo de novo a vida e a luz, em forma de água, para as areias da praia. Enquanto espera, ela brilha e nutre os seres que ali se alegram com ela - fazendo parte do mar, do céu, do ciclo infinito da vida.
(26.11.2008)
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