Como Quintana
Hoje eu mesma fiz o chá para os fantasmas.
E descobri
Que alguns deles até contam boas piadas.
(02.12.2010)
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
PS
Parece. Mas desconfio que não é apenas tédio, impaciência, confusão
mental, medo de me ferrar again and again ou preguiça do
sempre-o-mesmo-das-relações-humanas. Sei é que há uma mudança profunda
em curso. Não sei ainda o ponto de chegada - claro - mas percebo que é
contundente e para ficar. Para sair. Ou, talvez, para me levar de volta
para casa.
O fato é que há algo grande prestes a acontecer. A marcha do tempo continua, mostrando que a noite é escura, profunda e indelével - e não menos cheia de possibilidades. Hipóteses que só se ocultam aos olhos que não querem ver, ou que enxergam tarde demais, ou cujo compasso se descompassa com o dos olhos do resto do mundo.
Não há como ser diferente. Para fugir do desenquadro, vontade de mergulhar no fundo de si, de fugir de tudo, de recomeçar do ponto onde se parou. Ou onde se deixou de começar. Há tanto tempo. Será?
E no meio do furacão das idéias e do silêncio pesado da noite, e das letras vãs na tela do computador, e das horas que se arrastam ao longo da semana sem respostas precisas - não importa o barulho ambiente - apenas duas palavras.
Quiçá, três. Acusando algo de resistência. Capaz de trazer alguma paz. Alguma certeza no meio do tudo de incerto.
Palavras engasgadas na garganta e no coração por anos. Tantos que quase se desgastam, se desvirtuam, entregues à ignorância do olhar. Mas teimosas, conquistam à força seu direito de existir, se mostrando enfim apesar das instâncias em contrário. Vencendo a rede intrincada das idéias desviantes. Do medo do Fim da História. Ou do começo de tudo que realmente possa valer a pena.
Palavras que ainda esperam para ser ditas. E que me perguntam, sedentas de futuro e de luz do Sol, se ainda haverá tempo.
Haverá tempo?
(14.11.2010)
O fato é que há algo grande prestes a acontecer. A marcha do tempo continua, mostrando que a noite é escura, profunda e indelével - e não menos cheia de possibilidades. Hipóteses que só se ocultam aos olhos que não querem ver, ou que enxergam tarde demais, ou cujo compasso se descompassa com o dos olhos do resto do mundo.
Não há como ser diferente. Para fugir do desenquadro, vontade de mergulhar no fundo de si, de fugir de tudo, de recomeçar do ponto onde se parou. Ou onde se deixou de começar. Há tanto tempo. Será?
E no meio do furacão das idéias e do silêncio pesado da noite, e das letras vãs na tela do computador, e das horas que se arrastam ao longo da semana sem respostas precisas - não importa o barulho ambiente - apenas duas palavras.
Quiçá, três. Acusando algo de resistência. Capaz de trazer alguma paz. Alguma certeza no meio do tudo de incerto.
Palavras engasgadas na garganta e no coração por anos. Tantos que quase se desgastam, se desvirtuam, entregues à ignorância do olhar. Mas teimosas, conquistam à força seu direito de existir, se mostrando enfim apesar das instâncias em contrário. Vencendo a rede intrincada das idéias desviantes. Do medo do Fim da História. Ou do começo de tudo que realmente possa valer a pena.
Palavras que ainda esperam para ser ditas. E que me perguntam, sedentas de futuro e de luz do Sol, se ainda haverá tempo.
Haverá tempo?
(14.11.2010)
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
quinta-feira, 3 de junho de 2010
segunda-feira, 10 de maio de 2010
No céu
Na esquina da Faria Lima
Com a Cidade Jardim
entre passos ligeiros
cabeças baixas
celulares ligados
e buzinas de carros
ninguém nota o imenso arco-íris
que faz face
às nuvens douradas
acima dos prédios.
(10.05.2010)
Com a Cidade Jardim
entre passos ligeiros
cabeças baixas
celulares ligados
e buzinas de carros
ninguém nota o imenso arco-íris
que faz face
às nuvens douradas
acima dos prédios.
(10.05.2010)
quarta-feira, 17 de março de 2010
Novilúnio
Com(o) a Lua Negra
minha alma
se escurece
procurando
motivos vários
para simplesmente
estar.
(17.03.2010)
minha alma
se escurece
procurando
motivos vários
para simplesmente
estar.
(17.03.2010)
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Daqui a pouco
Daqui a pouco
vai acabar o horário de verão
as chuvas darão trégua
a casa ficará vazia
vai mudar o coração.
Daqui a um tempo
vou melhorar a alimentação
seguirei meu programa de exercícios
tirarei os agasalhos da gaveta
voltarei a tomar o chá da estação.
Soon or later
pretendo voltar a escrever
colocar em dia as leituras
conversar com meus amigos
fazer confidências ao silêncio
o silêncio
o silêncio.
Cedo ou tarde
o tempo oscilará
e só restará um rato
ou um pouco de pó pelos cantos
escondendo um brilho resistente.
Às vezes um olhar.
Às vezes um fio.
(19.02.2010)
vai acabar o horário de verão
as chuvas darão trégua
a casa ficará vazia
vai mudar o coração.
Daqui a um tempo
vou melhorar a alimentação
seguirei meu programa de exercícios
tirarei os agasalhos da gaveta
voltarei a tomar o chá da estação.
Soon or later
pretendo voltar a escrever
colocar em dia as leituras
conversar com meus amigos
fazer confidências ao silêncio
o silêncio
o silêncio.
Cedo ou tarde
o tempo oscilará
e só restará um rato
ou um pouco de pó pelos cantos
escondendo um brilho resistente.
Às vezes um olhar.
Às vezes um fio.
(19.02.2010)
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