Parece. Mas desconfio que não é apenas tédio, impaciência, confusão
mental, medo de me ferrar again and again ou preguiça do
sempre-o-mesmo-das-relações-humanas. Sei é que há uma mudança profunda
em curso. Não sei ainda o ponto de chegada - claro - mas percebo que é
contundente e para ficar. Para sair. Ou, talvez, para me levar de volta
para casa.
O fato é que há algo grande prestes a acontecer. A
marcha do tempo continua, mostrando que a noite é escura, profunda e
indelével - e não menos cheia de possibilidades. Hipóteses que só se
ocultam aos olhos que não querem ver, ou que enxergam tarde demais, ou
cujo compasso se descompassa com o dos olhos do resto do mundo.
Não
há como ser diferente. Para fugir do desenquadro, vontade de mergulhar
no fundo de si, de fugir de tudo, de recomeçar do ponto onde se parou.
Ou onde se deixou de começar. Há tanto tempo. Será?
E no meio do
furacão das idéias e do silêncio pesado da noite, e das letras vãs na
tela do computador, e das horas que se arrastam ao longo da semana sem
respostas precisas - não importa o barulho ambiente - apenas duas
palavras.
Quiçá, três. Acusando algo de resistência. Capaz de trazer alguma paz. Alguma certeza no meio do tudo de incerto.
Palavras
engasgadas na garganta e no coração por anos. Tantos que quase se
desgastam, se desvirtuam, entregues à ignorância do olhar. Mas teimosas,
conquistam à força seu direito de existir, se mostrando enfim apesar
das instâncias em contrário. Vencendo a rede intrincada das idéias
desviantes. Do medo do Fim da História. Ou do começo de tudo que
realmente possa valer a pena.
Palavras que ainda esperam para ser ditas. E que me perguntam, sedentas de futuro e de luz do Sol, se ainda haverá tempo.
Haverá tempo?
(14.11.2010)
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
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