domingo, 9 de setembro de 2007

Descontrol... pero cumplidora

Tem horas em que a gente se sente pequena. Parece que todo nosso aprendizado, todas as coisas que a gente passou anos tentando colocar na cabeça para ser alguém melhor, mais amadurecido, mais centrado, somem como por encanto. A gente volta a ter 5 anos de idade - ou 15, o que pode ser ainda pior - e todos os medos, inseguranças, carências invadem nossa alma de novo, com força total. A gente deixa de ver tudo de bom que está acontecendo à volta, as pessoas que estão do nosso lado, e as voltas por cima que já deu em relação a tantas coisas. Entra num redeominho que faz um scandisc não-desejado no nosso cérebro, e por um tempo a gente deixa de ser quem é, de fazer o que estava acostumada, de sonhar o que costumava sonhar. Manda a paciência às favas, dane-se que podia ser pior, eu sei é que podia ser melhor e por algum motivo eu não consigo chegar nesse melhor, por mais que eu nade, por mais que eu lute, a gente pensa.

Daí, no meio da tempestade, uma palavra, uma imagem, uma foto, um afago faz a gente lembrar dos tempos de paz que a gente abandonou. E por um momento, a gente percebe que tudo aquilo tem salvação: que há coisas maiores e mais belas esperando a gente. Mãos pra nos puxar na tempestade, nos sentar no canto do ringue e jogar um pouco de água fresca na nossa testa.

E a gente se sente aliviada por saber que há coisas que nunca mudam, gente querida que nos ama apesar e por tudo. A gente se sente como a criança que ganhou colo, que foi solta pra brincar na grama. E de repente, a gente quer a vida nossa, nossos sonhos todos de volta. Dá vontade de chorar. Mas a gente sabe que, depois que toda a chuva passar, não importem os efeitos da correnteza, sempre vai ter um lugar onde poderá respirar ar fresco. Sempre vai ter alguém te esperando pra te ajudar a dar outro passo.

Que bom ter esses presentes. Que bom poder lembrar, e saber que se pode renascer. :)

(09.09.2007)

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